Quando se fala no tratamento do câncer de próstata, é muito comum a crença de que, obrigatoriamente, é necessário passar por cirurgia e outros protocolos, como quimioterapia e radioterapia, no momento do diagnóstico. Porém, você sabia que cerca de 30% dos pacientes com esta neoplasia são acompanhados pela chamada vigilância ativa? Já ouviu falar sobre ela?
Se ainda não, chegou ao lugar certo. Para esclarecer este assunto, que gera dúvidas entre os homens, criei este conteúdo. Acompanhe e entenda porque nem sempre é necessária uma intervenção imediata em relação aos tumores prostáticos.
Nos últimos anos, pesquisas têm demonstrado que nem todo câncer de próstata precisa ser tratado imediatamente, seja por meio de cirurgia ou outras terapias.
Isso porque alguns tumores são considerados de baixo risco, ou seja, demoram para crescer e se disseminar para outros órgãos, gerando metástases.
Neste caso, eles são considerados indolentes. Isso significa que, apesar da malignidade, não se desenvolvem, ou o fazem muito lentamente, permanecendo como se estivessem dormentes.
Essa classificação é baseada no toque retal, exame de antígeno prostático específico (PSA), um marcador de alterações na glândula, métodos de imagem, como a ressonância magnética, e biópsia da próstata.
Em primeiro lugar, o câncer deve exibir caracteristicas semelhantes às das células normais da próstata ao exame microscópico. Além disso, o tumor deve ser pequeno e estar confinado à próstata e o valor do PSA precisa estar abaixo de 10 ng/mL. Vale frisar que o paciente deve concordar em ser acompanhado dessa forma.
A opção pela denominada vigilância ativa visa preservar os homens de possíveis efeitos colaterais do tratamento, como disfunção erétil e incontinência urinária, na mesma medida em que o acompanhamento segue critérios rigorosos. Os protocolos podem sofrer variações conforme a indicação médica, mas alguns pontos são comuns.
No primeiro ano do diagnóstico, é preciso realizar o exame de PSA e retornar ao médico a cada três meses, fazer o toque retal a cada seis meses e, ao menos, um exame de ressonância magnética da próstata no ano.
As biópsias devem ser repetidas entre seis meses a um ano, conforme o grau de risco do tumor. A partir dos anos seguintes, as indicações variam conforme o paciente.
Um dado importante, que comprova a relevância da vigilância ativa, aponta que aproximadamente 50% dos pacientes não precisam passar por cirurgia ao longo de 15 anos.
Depois de ler até aqui, você pode estar se perguntando se a opção por apenas acompanhar o paciente com câncer de próstata pode ser arriscada.
A resposta é não. Porém, é de suma importância que o homem faça os exames periodicamente, conforme os médicos urologistas e oncologistas clínicos determinam. Desta forma, será possível intervir com cirurgia ou outros protocolos caso a doença mostre sinais de avanço.
Apesar de já ter sido demonstrado que tal conduta é segura, não reduzindo as chances de cura nos homens com tumor que cresce no meio da vigilância, em comparação àqueles que preferiram tratar o câncer logo ao diagnóstico, alguns pacientes não toleram viver na ansiedade de repetir os testes ao longo dos anos.
Isso é compreensível. Por isso, pode ser optado pelo tratamento nos estágios iniciais da doença. Afinal, cada paciente é único e deve ser tratado como tal.
Espero que este conteúdo tenha sido útil para você. Quer saber mais sobre o câncer de próstata? Então confira o artigo que fala sobre a relação dos exercícios físicos com a prevenção da doença!