O câncer de próstata é o tipo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Entretanto, apesar disso, ainda é uma doença cercada de tabus, preconceitos e informações equivocadas que precisam ser esclarecidas.
Por esse motivo, neste Novembro Azul, eu trouxe sete mitos e verdades, de forma a conscientizar mais homens a respeito dessa neoplasia que, se diagnosticada em estágios iniciais, tem taxas de cura que chegam a 90%. Confira o conteúdo e fique por dentro!
Mito. Apesar de ser uma doença mais comum em homens com mais de 50 anos, ela pode acometer também os mais jovens, especialmente aqueles que têm fatores de risco, como histórico familiar, etnia afrodescendente e síndromes genéticas, como a BRCA1 e BRCA2.
Mito. Como citei, ter casos de câncer de próstata na família aumenta os riscos para a doença. No entanto, isso não significa que os homens sem histórico não devem se preocupar com a sua ocorrência. Nesse contexto, vale frisar que apenas cerca de 10% dos diagnósticos são ligados à hereditariedade.
Verdade. Devido a aspectos como a inflamação crônica do organismo causada pelo excesso de gordura corporal, homens obesos são mais propensos ao câncer de próstata. Inclusive, diversas pesquisas mostram isso.
Uma delas é a meta-análise, realizada pela Unidade de Epidemiologia do Câncer, da Universidade de Oxford, que comprovou o fato da obesidade poder aumentar os riscos para tumores prostáticos agressivos.
O estudo reuniu 19 artigos, com dados de 2,5 milhões de homens. Além disso, houve um conjunto de dados inédito, relativo a 200 mil participantes. Nenhum deles tinha a doença no início da pesquisa, sendo acompanhados por diversos anos, com registro de mortes durante o período.
Segundo o artigo, cada 10 cm fora dos padrões saudáveis na cintura aumenta a probabilidade da doença em 7%. Além disso, cada aumento de 5 pontos no Índice de Massa Corporal (IMC) eleva a chance de mortalidade pela neoplasia em 10%, enquanto um acréscimo de 5% no percentual de gordura corporal total acrescenta 3%.
Mito. Essa é uma das crenças mais errôneas a respeito do câncer de próstata. Apesar de o exame de Antígeno Prostático Específico (PSA) fazer parte do rastreamento, já que mostra os níveis dessa proteína, que pode estar ligada à doença, no sangue, ele nunca deve ser um substituto do toque retal.
Isso porque, ao fazer este exame, o urologista consegue avaliar o tamanho da glândula, sua consistência e outras características capazes de levantar suspeitas.
Verdade. Apesar do preconceito de muitos homens em relação ao toque retal, ele é mais simples do que se imagina. O tempo médio para a realização fica em torno de 15 segundos, além de que é indolor, podendo gerar apenas desconforto. Mas esse certamente vale a pena, já que é possível diagnosticar a doença em estágios iniciais, quando ainda é possível ser curada.
Depende. Uma boa parte dos homens sem problemas eréteis antes do tratamento da doença podem recuperar a função sexual após a sua realização. Inclusive, com inovações cirúrgicas como a cirurgia robótica, por exemplo, tanto os riscos de disfunção erétil quanto de incontinência urinária são reduzidos.
Mito. Em estágios iniciais, o câncer de próstata não costuma apresentar sintomas. Por outro lado, quando passa a avançar, os pacientes podem ter sinais relacionados ao sistema urinário, como jato fraco de urina, micção mais frequente, especialmente à noite (nictúria), sangue na urina ou no sêmen e dificuldade em iniciar a micção.
Portanto, todos os homens a partir dos 50 anos de idade (e aos 45 anos com fatores de risco) devem procurar um urologista para o rastreamento da doença.
Espero que este conteúdo tenha sido esclarecer para você. Quer saber mais sobre o câncer de próstata? Então confira o artigo que aborda a relação desta neoplasia com síndromes genéticas!