O câncer de rim acomete cerca de 150 mil pessoas por ano no mundo, sendo quase duas vezes mais frequente em homens do que nas mulheres. No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer, são 6.270 novos diagnósticos anuais.
Como se trata de uma neoplasia pouco divulgada, especialmente quando comparada às de mama e próstata, por exemplo, algumas pessoas podem vir a ter a detecção da doença em estágios já avançados, tornando os tratamentos mais agressivos e reduzindo as chances de cura.
Pensando nisso, neste conteúdo, eu trouxe sete informações sobre o câncer de rim que todo mundo precisa saber. Confira e fique por dentro.
Todas as pessoas estão suscetíveis à doença, porém alguns fatores elevam os riscos. O principal deles é o tabagismo, sendo que o número de cigarros fumados por dia e o tempo de exposição são diretamente proporcionais à elevação das chances.
Além disso, vale citar a obesidade, a hipertensão arterial, o histórico familiar e síndromes genéticas, sendo a mais comum a doença de von Hippel-Lindau.
Os tumores de células renais incluem uma ampla gama de variantes histológicas. Os mais frequentes são o carcinoma de células claras (70 a 80% dos casos), o carcinoma papilífero de células renais (10 a 15%) e o carcinoma cromófobo (5%). Em uma pequena porcentagem de casos, o carcinoma pode ser múltiplo ou bilateral, ou seja, ocorrer em ambos os rins.
Outro tipo de tumor renal, mais raro, é o sarcoma em suas diversas formas (lipossarcomas, leiomiossarcomas, rabdomiossarcomas, angiossarcomas, fibrossarcomas) que se originam em diferentes tecidos do órgão. Vale citar que, em crianças, o tumor renal mais típico é o nefroblastoma ou tumor de Wilms.
O câncer de rim localizado e inicial não apresenta sintomas específicos e o diagnóstico costuma ser incidental, ocorrendo por acaso durante exames realizados por outros motivos.
Quando passa a avançar, há três sintomas clássicos: massa palpável no abdômen, sangue na urina (hematúria) e dor localizada na região lombar.
Há também os sinais sistêmicos que afetam todo o organismo por substâncias produzidas pelos tumores. Estes incluem, por exemplo, perda de peso, cansaço acentuado, febre baixa, anemia, hipertensão e hipercalcemia.
O exame clínico geralmente permite apenas diagnósticos tardios. Por isso, as técnicas de diagnóstico por imagem são essenciais para o diagnóstico de câncer renal. Por meio do ultrassom é possível distinguir uma massa de natureza sólida (mais preocupante) de um cisto (geralmente preenchido por líquido), por exemplo.
Por outro lado, a tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM), além de permitirem distinguir a natureza da massa, oferecem mais informações sobre a extensão local da doença e eventuais metástases. Até o momento, não existem marcadores tumorais úteis para o diagnóstico de câncer renal.
A classificação internacional baseada no sistema TNM é utilizada para descrever o câncer de rim, sua localização e extensão, bem como o envolvimento de outras estruturas ou órgãos. Dependendo do estágio de gravidade, os tumores são classificados em:
– estágio I: o tumor limita-se ao rim com diâmetro máximo de 7 cm;
– estágio II: o tumor está confinado ao rim, mas possui mais do que 7 cm de diâmetro;
– estágio III: o tumor não está mais confinado ao rim, mas ainda não criou metástases à distância;
– estágio IV: o câncer gerou metástases distantes (nos pulmões, fígado e ossos, por exemplo).
Quando o tumor é diagnosticado em estágio inicial, a recorrência após o tratamento é pouco frequente, menos de 10% nos primeiros 10 anos após o diagnóstico.
Por outro lado, quando é detectado tardiamente e já está localmente avançado ou metastático, tem um curso muito mais agressivo: a probabilidade de recorrência da doença é superior a 50% nos primeiros 5 anos.
A cirurgia é o tratamento padrão do câncer renal. Os procedimentos podem ser conservadores, por meio da retirada do tumor e de margens de segurança, preservando o órgão, ou a nefrectomia radical, que consiste na remoção de todo o rim.
Em casos particulares, como tumores pequenos, doença bilateral ou tumores de difícil intervenção cirúrgica, uma das opções viáveis é a terapia focal, ou seja, a ablação da massa por meio de frio (crioablação) ou calor (termoablação).
No entanto, especialmente em pacientes idosos com tumores pequenos, a vigilância ativa pode ser usada. Neste caso, o paciente é monitorado periodicamente para verificar qualquer alteração no tumor e intervir prontamente.
O câncer renal metastático não é tratado com quimioterapia clássica, mas com terapias direcionadas e imunoterapia.
Atualmente, o padrão de terapia envolve a combinação de um fármaco imunoterápico com um fármaco biológico de alvo molecular, que reconhece e atua sobre moléculas específicas que contribuem para a inibição da angiogênese (isto é, a formação de vasos sanguíneos) e, portanto, do crescimento tumoral.
As drogas imunoterápicas utilizadas fazem parte dos chamados “inibidores do checkpoint imunológico” e anticorpos monoclonais que impulsionam os linfócitos no sentido de destruir as células cancerígenas.
A melhor forma de prevenir o câncer de rim é a cessação do tabagismo. Outras ações são investir numa dieta rica em frutas e vegetais, prática regular de atividades físicas e controle rigoroso da pressão arterial nos hipertensos.
A realização anual da ultrassonografia de abdômen (apesar de não ser recomendada por nenhuma diretriz por não atender aos critérios de custo-efetividade exigidos para um rastreamento) pode favorecer o diagnóstico precoce não só da neoplasia renal, mas também de outros órgãos.
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