Câncer de ovário: silencioso e agressivo

Ovarian cancer in woman illustration

O câncer de ovário, se fossemos escolher dois adjetivos para representá-lo, com certeza seriam esses: silencioso e agressivo. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estes tumores acometem 6.650 mulheres por ano no Brasil. Além disso, cerca de 75% dos casos são diagnosticados apenas em estágios avançados, quando a doença já se disseminou localmente ou à distância.

Por estar entre as neoplasias ginecológicas mais comuns, somado aos dados citados, é muito importante informar e conscientizar as mulheres sobre o assunto. Foi pensando nisso que desenvolvi este conteúdo. Confira e saiba mais sobre os tumores uterinos.

Por que o câncer de ovário é considerado silencioso e agressivo?

Normalmente, a doença não apresenta sintomas em estágios iniciais, mas somente quando já se encontra avançada. Estes, inclusive, são inespecíficos, podendo ser confundidos com desconfortos comuns, dificultando o diagnóstico.

Além disso, até o momento não existem exames de rastreamento específicos, como ocorre com o câncer de mama, por exemplo.

Desse modo, a neoplasia pode ser descoberta ao acaso, durante os check-ups de rotina, ou quando passa a causar incômodo constante às mulheres, que buscam auxílio médico por esse motivo.

Quais os fatores de risco para o câncer de ovário?

Embora as causas exatas do câncer de ovário ainda sejam desconhecidas, sabemos que alguns fatores elevam os riscos para a doença. São eles:

– idade: o risco aumenta conforme a idade avança. Metade das pacientes têm mais de 60 anos de idade;

– nuliparidade: a ausência de filhos tem ligação com a ocorrência da doença;

– histórico familiar: diagnósticos em parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) de câncer de ovário ou mama, também requerem mais atenção das mulheres;

– síndromes genéticas: mutações genéticas como a BRCA1 e BRCA, além da síndrome de Lynch e alterações nos genes BRIP1, RAP51C ou RAD51D, aumentam significativamente o risco. Nesses casos, é preciso acompanhamento médico regular.

Para quais sintomas é preciso ter atenção?

Os sinais podem ocorrer isolados ou em conjunto, variando de mulher para mulher. Os principais são:

– desconforto ou dor abdominal;

– indigestão, flatulência (gases), inchaço no abdômen e cólicas intensas;

– sensação de empachamento, mesmo após uma refeição leve;

– náusea, diarreia, constipação (prisão de ventre) ou necessidade frequente de urinar;

– perda ou ganho de peso inexplicáveis;

– falta de apetite

– sangramento vaginal anormal, fora do ciclo menstrual ou após a menopausa;

– cansaço incomum;

– dor nas costas, principalmente na região lombar;

– dor nas relações sexuais.

Esses sintomas não querem dizer que a mulher tem câncer de ovário, mas requerem avaliação médica, até mesmo porque podem apontar outras condições de saúde.

Como é feito o diagnóstico do câncer de ovário?

Como citei, não existem exames específicos para a detecção do câncer de ovário. Mas, a história da paciente, o exame físico, o ultrassom transvaginal e o marcador tumoral CA-125 são os principais envolvidos no diagnóstico.

Quando há suspeita da doença, o médico pode solicitar exames adicionais, como ressonância magnética, tomografia computadorizada, colonoscopia e tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT).

A confirmação do diagnóstico é feita apenas com a análise de fragmentos da lesão por um patologista. Ou seja, pela biópsia.

Como é feito o tratamento dos tumores uterinos?

Isso depende de alguns fatores, como o estágio da neoplasia no momento do diagnóstico, subtipo de tumor e presença de mutações genéticas. Os protocolos envolvem, de forma isolada ou conjunta, a cirurgia, quimioterapia, imunoterapia e terapia-alvo.

Eles são definidos por uma equipe médica, que inclui o oncologista clínico e o cirurgião oncológico, com foco no tratamento destes tumores.

Espero que este conteúdo tenha sido relevante para você. Confira agora o artigo que explica sobre a atuação do oncologista clínico!