Muitos homens não sabem, mas o pênis também pode ser acometido pelo câncer. Trata-se de um tipo de tumor raro, responsável por 2% de todos os diagnósticos de neoplasias masculinas. Apesar de poder atingir todas as faixas etárias na idade adulta, é mais comum a partir dos 50 anos.
Um dado alarmante, do Instituto Nacional do Câncer (INCA), é que a maioria dos pacientes só procura um médico quando a doença já se encontra avançada, o que, por vezes, requer tratamentos agressivos como a amputação.
Pensando em alertá-los sobre o assunto, hoje eu trago informações importantes a respeito. Acompanhe o conteúdo e fique por dentro.
Uma das causas da neoplasia é a falta de higiene íntima adequada, que pode ser decorrente de baixas condições socioeconômicas e de instrução, por exemplo.
Fazer a limpeza diária do pênis com água e sabonete é fundamental para evitar o acúmulo de secreções, capazes de causar a proliferação de bactérias e infecções.
Homens que têm fimose devem ter uma atenção ainda maior, pois o excesso de pele recobrindo a glande pode prejudicar a higienização.
Outro fator de risco importante é a infecção por alguns subtipos do papilomavírus humano (HPV), conhecido por causar o câncer de colo do útero. A transmissão do vírus se dá por meio de relações sexuais desprotegidas, por isso é importante usar preservativo, inclusive na prática do sexo oral.
Outra conduta preventiva é vacinar os meninos entre 9 e 14 anos de idade, ou se imunizar contra o HPV até os 45 anos. Além disso, aqueles que tiveram outras DSTs e/ou são fumantes também são mais suscetíveis.
Reconhecer os sintomas e procurar um urologista assim que surgirem é essencial para a detecção da doença em fases iniciais.
A manifestação clínica mais comum do câncer de pênis é uma ferida ou úlcera persistente, localizada na glande, prepúcio ou corpo do órgão. Outros sinais são:
– alterações na pele, envolvendo mudanças na coloração, que pode ficar mais avermelhada, e na espessura, a qual se torna aveludada ao toque;
– em alguns casos, as feridas podem apresentar secreções constantes de cor branca e com odor forte;
– presença de nódulos (ínguas);
– dificuldade na cicatrização de feridas avermelhadas, que podem indicar um tipo de lesão
pré-cancerígena chamada de eritroplasia de Queyrat.
Caso o urologista avalie a lesão e a considere suspeita, o próximo passo é solicitar uma biópsia. Com a análise dos fragmentos feita por um patologista, é possível ter certeza de que se trata de um câncer de pênis e qual o seu subtipo.
Quando a neoplasia é confirmada, os exames de imagem ajudam a descobrir a extensão da doença, ou seja, se está localizada ou já se disseminou localmente ou para órgãos à distância. Entre eles estão a ressonância magnética, tomografia computadorizada e ultrassonografia.
Assim como em outros tipos de câncer, a escolha do tratamento é individualizada e, neste caso, varia conforme a extensão da neoplasia, localização do tumor e comprometimento dos gânglios inguinais. A cirurgia é o protocolo mais comum, sendo que há diferentes tipos de intervenções. São elas:
– circuncisão, quando o tumor está localizado no prepúcio;
– excisão simples, com a retirada do tumor e margens de segurança;
– cirurgia de Mohs, onde são retiradas e analisadas camadas de pele, dando sequência ao processo até que as amostras estejam livres de células neoplásicas;
– ressecção a laser, empregado em casos mais superficiais;
– criocirurgia, eficaz no tratamento do carcinoma verrucoso e do carcinoma in situ da glande;
– penectomia, que consiste na retirada parcial ou total do pênis, sendo um método utilizado quando a doença se desenvolve dentro do órgão ou se encontra mais avançada;
– infadenectomia, cirurgia dos gânglios linfáticos, que é empregada quando o tumor se aprofunda muito, evitando a disseminação da doença.
Além do procedimento cirúrgico, podem ser indicados quimioterapia e radioterapia, de forma isolada ou combinada.
Fato é que, quanto antes o câncer de pênis for diagnosticado, mais altas são as taxas de cura e menos agressivos se tornam os tratamentos. Portanto, na ocorrência de sintomas, não deixe de procurar um médico.
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