Aproximadamente um em cada nove homens desenvolverá câncer de próstata ao longo da vida. Inclusive, este é o tipo mais comum entre eles, atrás apenas do câncer de pele não melanoma.
A grande maioria dos casos se dá esporadicamente. Ou seja, por acaso e em função de múltiplos fatores, acometendo, em maior número, homens com idade avançada, principalmente acima dos 65 anos.
No entanto, estima-se que cerca de 10% dos pacientes tenham síndromes genéticas identificadas. Ou seja, em algumas famílias, mutações em determinados genes podem ser passadas de geração em geração (o risco é de 50%), elevando significativamente as chances da doença.
Pensando em esclarecer melhor este assunto, de modo a conscientizar mais pessoas, eu trouxe informações a respeito. Acompanhe e fique por dentro.
Os genes mais frequentemente envolvidos são o BRCA 1 e BRCA 2, os mesmos que, entre as mulheres, elevam os riscos para tumores de mama e ovário.
Todos temos estes genes, que codificam proteínas responsáveis pela reparação de moléculas de DNA danificadas, auxiliando na proteção do organismo contra o desenvolvimento de tumores. No entanto, em algumas famílias, as síndromes genéticas fazem com que os mesmos não funcionem adequadamente, tornando o corpo mais vulnerável à ocorrência destas neoplasias.
No caso do câncer de próstata, os homens com mutação no BRCA 1 têm um risco três vezes maior de desenvolver a doença. Já para as mutações no BRCA 2, este risco é ainda mais elevado, sendo aproximadamente oito vezes maior quando comparado aos homens sem as síndromes.
Outras alterações genéticas, como a Síndrome de Lynch e mutações nos genes ATM, CHEK2 e PALB2, também podem predispor ao câncer de próstata, porém com menos frequência.
Vale frisar que a ancestralidade também pode influenciar no risco, como é o caso dos descendentes de judeus asquenazes, os quais apresentam maior frequência de mutações nos genes BRCA 1 e BRCA 2.
O risco familiar de câncer de próstata é observado quando há um parente de primeiro grau (pai ou irmão) que teve a neoplasia, especialmente antes dos 65 anos. Hoje em dia, todos os pacientes diagnosticados são submetidos a testes genéticos, capazes de detectar a presença das síndromes. Caso o resultado seja positivo, é indicado que os familiares consultem um geneticista para a realização do teste.
O motivo é que, no caso da presença de síndromes, o rastreamento do câncer de próstata, contendo toque retal, exame de antígeno prostático específico (PSA) e outros exames, se necessário, deve iniciar mais cedo. Desse modo, caso tumores sejam detectados, podem ser tratados precocemente. Consequentemente, as taxas de cura passam de 90%.
Portanto, se você tem casos de câncer de próstata na família, é muito importante procurar um urologista e um oncogeneticista para avaliação, mesmo que seja jovem, pois as síndromes genéticas podem levar ao diagnóstico antes da faixa etária padrão da neoplasia.
Cada vez mais os avanços da chamada medicina de precisão vão auxiliar na prevenção e detecção precoce dos diversos tipos de câncer, incluindo o de próstata, além de promover tratamentos mais individualizados, efetivos e com melhores prognósticos.
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