O câncer de testículo é responsável por cerca de 5% dos diagnósticos de neoplasias entre os homens. Uma particularidade destes tumores é que acometem, em sua maioria, homens em idade reprodutiva, entre os 15 e 50 anos de idade.
Como, normalmente, nesta faixa etária, a preocupação com a probabilidade de uma neoplasia é pequena, é muito importante conscientizar o sexo masculino sobre alguns aspectos desses tumores. Pensando nisso é que criei este conteúdo. Confira e fique por dentro!
O câncer de testículo é caracterizado pelo crescimento anormal e desordenado das células desta região, que dão origem aos tumores. Existem dois tipos principais:
– tumores não seminomatosos, que correspondem a 60% de todos os casos e surgem antes dos 30 anos de idade;
– tumores seminomatosos, que costumam aparecer entre os 30 e 40 anos, representando 40% dos casos.
Além disso, há os subtipos raros, como linfomas, sarcomas e tumores de Sertoli e Leydig.
O câncer de testículo não tem uma causa específica, já que é multifatorial. Os principais fatores de risco são:
– criptorquidia: homens que não tiveram a descida de um ou dois testículos da cavidade abdominal para a bolsa escrotal, durante o desenvolvimento fetal, têm entre 10 a 40 vezes mais chances para a neoplasia;
– traumas: o trauma crônico na região escrotal, causado pela prática extenuante de exercícios físicos, por exemplo, pode causar a doença;
– histórico familiar: as chances aumentam para homens que possuem familiares de primeiro grau com história de câncer de testículo. Isso vale também para o histórico pessoal anterior;
– síndromes raras: homens com síndrome de Klinefelter possuem um cromossomo X a mais, o que aumenta a probabilidade de desenvolver câncer de testículo.
– exposição ocupacional: trabalhadores expostos a produtos químicos, como agrotóxicos, são mais suscetíveis à doença.
O câncer de testículo normalmente é indolor, caracterizando-se, principalmente, pela presença de massa ou nódulo endurecido e palpável. Outros sintomas são:
– aumento de um dos testículos;
– sensação de peso no saco escrotal;
– dor ou desconforto na região do baixo ventre, lombar, virilha ou no próprio testículo;
– sinais inflamatórios, como inchaço, aumento de temperatura e vermelhidão;
– presença de sangue na urina.
Uma das formas de observar alterações é por meio do autoexame testicular, que consiste em observar, de forma periódica, mudanças na textura ou cor do saco escrotal, presença de caroços ou outras lesões e aumento de tamanho ou consistência dos testículos.
Caso exista qualquer aspecto diferente, é importante procurar um urologista para avaliação. Vale frisar que existem vários problemas que podem causar as mesmas alterações do câncer de testículo, como a epididimite ou o hidrocele, por exemplo.
No entanto, quando se trata de tumores malignos, o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento.
A detecção é feita a partir de exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, em homens com sinais e sintomas sugestivos da doença, ou a partir do rastreamento daqueles que não têm sinais ou sintomas, mas pertencem a grupos com maior chance de ter a doença.
A biópsia, neste caso, é contraindicada, pois o câncer de testículo tem intensa duplicação celular. Por isso, a agulha utilizada no procedimento pode espalhar as células cancerígenas, gerando possíveis metástases.
Uma estratégia importante de prevenção em meninos é corrigir a criptorquidia. Se a criança nascer com essa característica, durante o primeiro ano o testículo poderá descer. Caso isso não ocorra, é necessária uma cirurgia simples e rápida de correção.
O tratamento varia conforme o estágio da doença. Quando o tumor ainda está confinado no testículo, o mais indicado é a cirurgia, podendo ser associada à quimioterapia. Em fases mais avançadas, pode ser feita, ainda, a radioterapia.
Os especialistas que definem o melhor protocolo são os urologistas, em conjunto com os oncologistas clínicos e, se necessário, radio-oncologistas.
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