No conteúdo anterior, eu trouxe informações sobre os fatores de risco e sintomas do câncer de ovário, segundo tipo de neoplasia ginecológica mais comum.
Tão importante quanto esses dados, é abordar a forma como são feitos o diagnóstico e o tratamento desses tumores, considerados silenciosos e agressivos. Confira o artigo e saiba mais!
Como não existem exames de rastreamento específicos para o câncer de ovário, normalmente as suspeitas sobre a doença são levantadas em exames de rotina, como a ultrassonografia transvaginal ou a ressonância magnética de pelve, capazes de detectar alterações no órgão.
Ou, ainda, a mulher procura o ginecologista com queixa de sintomas, e o especialista dá sequência na investigação.
Nos casos em que os exames mostram a existência de líquido no abdome (ascite), pode ser indicada uma punção por agulha, com o objetivo de coletar uma amostra e analisar se há a presença de células malignas.
Outro procedimento auxiliar é a dosagem do marcador tumoral CA-125 no sangue, pois é comum que esteja elevado no câncer de ovário. Vale frisar que resultado deve ser interpretado junto aos demais exames, pois essa proteína também pode ter níveis acima do normal em patologias benignas, como a endometriose, por exemplo.
Caso existam grandes chances de a mulher estar com a neoplasia, a biópsia da lesão, única maneira de confirmar a suspeita, normalmente é feita por meio da remoção do tumor na cirurgia.
A partir da confirmação da doença, é feito o estadiamento, que significa analisar o subtipo do tumor, tamanho e extensão. Ou seja, se houve disseminação para os linfonodos próximos ou à distância (metástases).
O tratamento do câncer de ovário, assim como o de todos os outros tipos de neoplasias, depende dos resultados do estadiamento. Com eles, a equipe multidisciplinar, que envolve os cirurgiões oncológicos e oncologistas clínicos, por exemplo, define os protocolos.
Na maioria dos casos, há realização de cirurgia. A técnica empregada varia conforme o desenvolvimento e a disseminação para outros órgãos da doença.
Também são considerados o estado de saúde da paciente e a faixa etária, pois aquelas que estão em idade fértil, conforme o caso, podem ser tratadas sem a necessidade de retirada bilateral dos ovários e/ou útero.
Após a cirurgia, a maioria das pacientes será tratada com quimioterapia por 6 ciclos realizados com intervalo de 21 dias (quimioterapia adjuvante). Há situações em que a extensão da doença não permite a remoção completa do tumor, sendo indicado começar o tratamento com quimioterapia, com o intuito de reduzir o volume de doença e permitir uma cirurgia completa (quimioterapia neoadjuvante).
Além disso, a terapia-alvo também vem sendo empregada nos últimos anos com resultados bastante promissores.. Isso porque os medicamentos atuam diretamente nas células cancerígenas, impedindo o seu desenvolvimento. Incluimos neste grupo de medicamentos os inibidores de PARP, como o olaparibe e niraparibe.
Inicialmente, esse protocolo era restrito às mulheres com tumores associados a mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, mas atualmente foi estendido para pacientes com outros tipos de alterações genéticas, também com excelentes desfechos clínicos, e redução significativa do risco de morte pela doença.
Espero que este conteúdo tenha sido esclarecedor para você. Confira agora o artigo que aborda a atuação dos oncologistas clínicos!