A suspeita de um câncer de próstata, tipo mais frequente entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não melanoma), se dá quando os exames de toque retal e Antígeno Prostático Específico (PSA) vêm alterados em check-ups urológicos de rotina ou a partir de queixas de sintomas pelos pacientes.
Quando isso acontece, o próximo passo é solicitar exames de imagem, como a ressonância magnética, e uma biópsia, único procedimento capaz de confirmar com certeza que se trata de uma neoplasia.
Se a doença for detectada, além do estadiamento para verificar a sua extensão, é feito um exame anatomopatológico, com o intuito de apontar qual o tipo histológico do tumor.
Esse conhecimento, por sua vez, auxilia no estabelecimento da conduta de tratamento mais adequada pelos urologistas e oncologistas clínicos.
O tipo mais frequente é o adenocarcinoma, que corresponde a 95% dos casos. Outros subtipos, mais raros, são os tumores neuroendócrinos ou com diferenciação neuroendócrina, urotelial e carcinoma intraductal.
Além disso, o adenocarcinoma é classificado de acordo com o Escore de Gleason, sistema que avalia o grau histológico do tumor, correlacionando as alterações estruturais celulares ao comportamento biológico.
Ele é feito pela somatória do Gleason primário, que é o mais visto proporcionalmente na lâmina de cada fragmento da biópsia, somado ao segundo que mais se vê. A somatória pode variar de 2 a 10. Quanto mais elevado, mais agressivo é o câncer.
As pontuações são somadas para obter uma pontuação geral entre 6 e 10. Ou seja, a pontuação mais baixa de Gleason é 6, que é um câncer de baixo grau. Já uma pontuação 7 é um câncer de grau médio, enquanto 8, 9 ou 10 são tumores de alto grau.
Em 2014, a Sociedade Internacional de Patologia Urológica (ISUP) identificou a necessidade de atualizar o sistema de graduação de Gleason. Para isso, foi proposto um novo agrupamento prognóstico em 5 grupos (ISUP 1 a 5), de acordo com a contagem final de Gleason. São eles:
– Grupo 1: Escore Gleason menor ou igual a 6;
– Grupo 2: Escore Gleason 7 (3+4);
– Grupo 3: Escore Gleason 7 (4+3);
– Grupo 4: Escore Gleason 8 (4+4; 3+5; 5+3);
– Grupo 5: Escore Gleason 9 a 10 (4+5; 5+4 ou 5+5).
Esta transição nos laudos de exames anatomopatológicos da antiga escala de Gleason para a proposta da ISUP tem entre os objetivos facilitar o entendimento dos pacientes, especialmente aqueles que têm indicação da vigilância ativa como forma de tratamento (ISUP 1).
Essas informações sobre o câncer de próstata são de extrema relevância, pois assim se consegue definir o tipo de neoplasia e, com isso, traçar o melhor protocolo de tratamento.
Além desses dados, são considerados fatores como extensão da neoplasia, perfil de agressividade e condições clínicas dos pacientes.
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