O câncer de bexiga representa cerca de 3% de todas as neoplasias diagnosticadas. Além disso, é responsável por aproximadamente 150 mil mortes por ano em todo o mundo. A boa notícia é que, nos últimos anos, novas opções de tratamentos, menos invasivos, têm surgido.
Uma delas é a terapia trimodal (TMT), que tem como objetivo preservar a bexiga dos pacientes diagnosticados com o carcinoma urotelial músculo-invasivo, quando localizado e com chances de cura.
Pensando em esclarecer melhor o assunto, criei este conteúdo. Confira e saiba do que se trata a TMT, seus benefícios e outros aspectos.
A parede da bexiga é constituída por várias camadas, sendo a mais superficial chamada de epitélio de transição ou urotélio. Esta camada apresenta uma renovação celular elevada, podendo fazer com que estas células, por vezes, sofram uma transformação, levando à formação de tumores malignos.
O carcinoma urotelial, também conhecido como carcinoma de células transicionais (CCT), um dos três subtipos de câncer de bexiga, se desenvolve no urotélio. Ele é responsável por cerca de 90% de todos os casos.
Os outros dois tipos são o carcinoma espinocelular, que se inicia nas células escamosas do revestimento da bexiga, e o adenocarcinoma, que se inicia nas células glandulares do revestimento do órgão.
Aproximadamente metade de todas as neoplasias de bexiga são diagnosticadas na fase
não-músculo invasivo, o que significa que as células cancerígenas são encontradas apenas dentro da camada interior da parede da bexiga.
Por outro lado, um terço dos casos são diagnosticados quando o câncer se espalhou mais profundamente na bexiga, sendo chamado músculo invasivo. Para estes casos é que a terapia trimodal pode ser indicada como uma alternativa ao tratamento cirúrgico radical.
A terapia trimodal envolve uma cirurgia menos invasiva (com a preservação da bexiga) para remover o tumor, seguida de radioterapia combinada com quimioterapia (quimiorradiação).
O motivo desta combinação é que a quimioterapia torna as células cancerígenas mais sensíveis à radiação, podendo aumentar o sucesso do tratamento. Estudos mostraram que a terapia trimodal apresenta, em um grupo bem selecionado de pacientes, resultados semelhantes à cirurgia radical, que remove totalmente o órgão.
Enquanto as sessões de radioterapia costumam ser diárias, durando algumas semanas, existem diferentes opções para a quimioterapia, sendo a principal delas, a infusão de cisplatina 1x por semana até o fim da radioterapia.
Como você pôde ver, a terapia trimodal tem a vantagem de não remover a bexiga, para que o paciente ainda possa urinar da maneira natural, eliminando a necessidade de uma cirurgia de reconstrução. Entretanto, assim como na cirurgia, na terapia trimodal também existem prós e contras, por isso é tão importante o envolvimento das três equipes (urologia, oncologia clinica e radioterapia) para definição da melhor estratégia para o paciente.
Se você apresenta ou conhece alguém com o diagnostico de um câncer de bexiga, procure um oncologista clínico para informações específicas sobre seu caso e descobrir se terapia trimodal se encaixaria como uma opção de tratamento.
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