Neste Abril Lilás, mês de conscientização sobre o câncer de testículo, um assunto que vale a pena ser levantado é a relação entre o uso da maconha na adolescência e o aumento do risco para o câncer de testículo.
Afinal, é importante que os jovens, bem como seus pais e responsáveis, tenham esse tipo de informação, de forma a estarem alertas. Confira o conteúdo e saiba mais.
Diversas pesquisas têm trazido o assunto à tona nos últimos anos. Uma delas foi a realizada pelo Fred Hutch Cancer Center, localizado nos Estados Unidos.
O estudo, publicado na revista especializada Cancer, entrevistou 369 pacientes, com idades entre 18 e 44 anos, diagnosticados com a doença.
Eles responderam perguntas acerca deste hábito ao longo da vida. Estas, por sua vez, foram comparadas às de aproximadamente 979 homens, aparentemente saudáveis.
O levantamento mostrou que o uso da maconha aumenta em 70% o risco para o câncer de testículo.
O risco foi particularmente elevado (cerca do dobro daqueles que nunca fumaram maconha) para aqueles que usaram maconha pelo menos uma vez por semana e/ou tiveram exposição prolongada à substância desde a adolescência.
Inclusive, os diagnósticos, nesse caso, estariam ligados às formas mais agressivas da doença.
Primeiramente, é importante frisar que o câncer de testículo acomete, em sua maioria, homens jovens, entre os 15 e 50 anos de idade.
Isso porque acredita-se que a doença comece ainda no útero, quando algumas células germinativas fetais (aquelas que eventualmente produzem esperma na idade adulta) não se desenvolvem adequadamente e se tornam vulneráveis à malignidade.
Com o passar dos anos, durante a adolescência e a idade adulta, acredita-se que a exposição aos hormônios sexuais masculinos leva essas células a se tornarem neoplásicas.
Assim como as alterações hormonais, estudos como o citado sugerem que a puberdade é um momento no qual o estilo de vida ou fatores ambientais também podem aumentar o risco de câncer testicular.
Tanto que o estudo aponta um aumento do risco do uso da maconha maior em homens que iniciaram o hábito antes dos 18 anos.
Outra provável explicação é que o sistema reprodutor masculino também produz naturalmente um produto químico semelhante aos canabinoides (presentes na maconha), que se acredita ter um efeito protetor contra o câncer. Os autores da pesquisa se questionaram se o uso da erva poderia interromper esse efeito antitumoral.
Além de elevar os riscos para o câncer de testículo, a maconha usada regularmente pode causar outros prejuízos ao sistema reprodutor masculino.
Entre eles estão reduções na contagem e concentração de espermatozoides, bem como alterações na motilidade. Pode haver consequências também em relação à fertilidade.
Espero que este conteúdo tenha sido esclarecedor para você? Quer saber mais a respeito do câncer de testículo? Confira o artigo que traz aspectos gerais sobre a doença!